60% dos servidores têm contratos de empréstimo consignados ativos; dívida total é desconhecida

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Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: TCE-MT

O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT) revelou que cerca de 62 mil servidores públicos estaduais possuem contratos de empréstimos com alguma das empresas que realizam empréstimos consignados. Destes, mais de 20 mil comprometem acima de 35% da renda, e 7,8 mil ultrapassam o limite de 70%.

O montante corresponde cerca de 60% do número total de servidores, entre aposentados e pensionistas. Os dados foram divulgados durante mais uma Mesa Técnica do órgão, realizada nessa quinta-feira (12), diante de representantes das empresas consignatárias, sindicalistas e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

Em entrevista à imprensa, o presidente do tribunal, conselheiro Sérgio Ricardo, explicou que embora tenham o número total de empréstimos ativos, o TCE não contabilizou a média total das dívidas dos servidores diante das empresas. No entanto, ressaltou que o tribunal criará uma plataforma digital para que sejam inseridos todos os contratos e assim obtenham os dados definitivamente.

A estimativa é que até dia 30 de junho, os contratos estejam com o órgão e passem a ser minuciosamente analisados.

“Ouvimos a situação de cada empresa com relação aos contratos, vamos criar uma plataforma, eles pediram para poderem passar os contratos de forma digital. Terão então até o dia 30 para passar todos os contratos, porque são muitos contratos, são hoje são 62.000 servidores que tem empréstimo consignado”, anunciou.

Ainda na reunião, Sérgio Ricardo pontuou que das mais de 20 empresas credencias para o empréstimo, apenas 6 se fizeram presentes; Capital Consig, Banco Daycoval S.A., Eagle Sociedade de Crédito Direto S.A., Cartus Sociedade de Crédito Direto S.A., Taormina Soluções Financeiras S.A. e Pix Card Serviços Tecnológicos e Financeiros LTDA. O conselheiro Sérgio Ricardo, fez um alerta ao governo do estado e pediu a suspensão dos repasses e dos descontos em folha para as outras 19 empresas que não compareceram à mesa técnica.

“Essas empresas foram convidadas, notificadas e simplesmente não vieram. Então, nós nem sabemos se elas existem de fato. Se não compareceram para prestar esclarecimentos, não devem continuar recebendo dinheiro de servidor público. Vamos encaminhar um ofício ao governador com essa recomendação e elas só serão consideradas regulares se entregarem os contratos até o dia 30”, disse.

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