Dr. João sai em defesa dos servidores do Samu e critica pedido de vistas que travou votação contra militarização

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Deputado propôs decreto para barrar transferência da gestão do serviço para o Corpo de Bombeiros, mas votação foi adiada

A discussão sobre a possível militarização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) marcou a sessão plenária desta quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). O deputado estadual Dr. João (MDB), que também é médico e ocupa a primeira-secretaria da Casa, se posicionou de forma contundente contra a mudança e criticou o pedido de vistas que adiou a votação de um decreto legislativo que poderia barrar a transferência da gestão do Samu para o Corpo de Bombeiros, por meio do Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp).

A proposta foi apresentada em regime de urgência pela Comissão de Saúde da ALMT, presidida por Dr. João e integrada pelos deputados Paulo Araújo (PP), Sebastião Rezende (União), Dr. Eugênio (PSB) e Lúdio Cabral (PT). O objetivo do decreto é suspender o termo de parceria firmado entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), que prevê a mudança na gestão do Samu.

Apesar da urgência e dos apelos de parlamentares, o avanço da proposta foi travado após os deputados Wilson Santos (PSD) e Chico Guarnieri (PRD) pedirem vistas. “É frustrante ver esse pedido de vistas atrasar uma decisão que afeta diretamente a vida dos servidores do Samu. Eles merecem uma resposta imediata”, reagiu Dr. João.

Para o deputado, a mudança representa um risco à autonomia dos profissionais da saúde que atuam no serviço. “Quer ajudar, quer compartilhar o Samu? Tudo bem, mas a gestão não precisa ir para os Bombeiros. No passado, já houve essa administração e não teve muito sucesso. A forma de gestão atual está funcionando bem, e o Samu inteiro é contra. Quem está na ponta sabe o que está acontecendo”, argumentou.

Dr. João ainda expressou preocupação com os impactos da militarização sobre os servidores civis. “Eles são profissionais da saúde, civis, e não estão acostumados a um regime militar. A tendência é que muitos acabem pedindo demissão, e isso compromete o atendimento à população”, alertou.

A deputada Janaína Riva (MDB) também se mostrou contrária à medida e pediu ao líder do governo na ALMT, deputado Dilmar Dal’Bosco (União), que solicite ao governador Mauro Mendes que aguarde a decisão do Legislativo antes de implementar o novo modelo de gestão.

Dr. João reforçou que não se trata de uma crítica à atuação do Corpo de Bombeiros, mas sim da defesa de um modelo de gestão que valorize a expertise dos profissionais do Samu. “Ninguém é contra os Bombeiros. É uma instituição fantástica, que já atua junto ao Samu. Mas militarizar a gestão é um erro. Nosso sistema é tripartite. Se quebrarmos isso, teremos problemas sérios”, concluiu.

O pedido de vistas suspende a tramitação da proposta por até cinco dias. Enquanto isso, Dr. João promete continuar acompanhando o caso de perto. “A saúde pública não pode ser prejudicada por decisões precipitadas. Vou lutar até o fim pela valorização e autonomia dos nossos profissionais do Samu.”

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