Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: João Vieira
O ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antônio Galvan (DC), afirmou que as medidas cautelares aplicadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na investigação sobre atentado à soberania nacional, decorrente a uma operação da Polícia Federal (PF), são excessos promovidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Investigado por financiar atos antidemocráticos durante a gestão do ex-presidente, o ruralista afirma, também, que pretende concorrer ao Senado em 2026.
Além de criticar as sanções, o empresário ainda afirmou que os senadores da direita são culpados pela “pré-condenação” do ex-presidente, já que não pautaram o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Em entrevista ao GD, Antônio disse que vê como excesso as condenações e andamento das investigações contra Bolsonaro que, em sua avaliação, não têm embasamento sólido de provas. Ele considera que tanto as medidas, quanto as prisões dos envolvidos na tentativa do golpe de Estado são “princípio da condenação de um inocente”.
Galvan acusa os senadores ligados ao bolsonarismo de omissão por não defenderem os direitos dos acusados, permitindo que essas “arbitrariedades” acontecessem.
“Tudo isso é mais uma arbitrariedade, não tem comprovação nenhuma na participação desse famigerado golpe que eles estão acusando aquelas milhares de pessoas e eles também. É um absurdo. Só do fato de colocarem tornozoleira, decretar o tempo que ele vai para casa e o fim das redes sociais já é o princípio de uma condenação de um inocente, como estão presos todos aqueles inocentes hoje, alegando um golpe que foi dado em 8 de janeiro. Isso tudo está acontecendo pela covardia da maior parte dos nossos senadores”, disse o empresário durante o “buzinaço” organizado pela direita em Cuiabá, na noite de terça-feira (22).
Após criticar os senadores, Galvan ainda disse que está ensaiando sua candidatura ao Senado e sonha com o apoio de Jair Bolsonaro, mesmo em partido diferente. Como a pauta de defesa, Galvan garante que, se eleito, defenderá a reforma administrativa da corte do Supremo.
“Tenho muito a agradecer Mato Grosso, foram mais de 337 mil votos na minha última eleição. Estamos aí de novo nesse pleito. Agora estamos aqui com o partido próprio, com o Democracia Cristã, estamos nessa luta, nós não podemos mais aceitar colocar pessoas lá que não sejam comprometidas com a sociedade e principalmente com a liberdade das pessoas, o direito de ir e vir. O Poder Judiciário tem que ter uma reforma muito grande”, emendou.
Medidas cautelares
A decisão de Moraes determina que Bolsonaro deverá cumprir o recolhimento domiciliar entre 19h e 7h, de segunda a sexta-feira, e em tempo integral aos finais de semana e feriados.
O ex-presidente será monitorado por tornozeleira eletrônica e não poderá manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados.
As medidas foram pedidas pela Polícia Federal e tiveram parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).