O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), avalia que o Brasil terá dificuldade em reverter o “tarifaço” imposto por Donald Trump a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Ele atribui parte do problema à “falta de seriedade” do governo federal ao lidar com a notificação dos EUA e afirma que as medidas foram uma resposta a críticas do presidente Lula, sem relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado do republicano.
Em entrevista, Mauro destacou que, apesar de o EUA ter histórico de medidas protecionistas contra China e União Europeia, o Brasil agravou a situação com declarações que “irritaram a administração americana” – desde comentários sobre o dólar até falas consideradas “desnecessárias”.
“O Trump tem um estilo agressivo, ele fez isso com a China, União Europeia e agora mirou o Brasil. Sabemos que o governo brasileiro andou falando algumas coisas que irritaram os americanos, como questões do dólar, comentários desnecessários, que geraram essa situação”, afirmou.
O governador acredita que Trump dificilmente recuará e que o Brasil sofrerá as consequências: “Temos que ter a inteligência de jogá-lo corretamente, não com desdém, piadinhas, como aconteceu no início. Estamos correndo atrás de uns possíveis prejuízos a partir do dia 1º”.
Questionado sobre declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em meio à crise, Mauro evitou citar nomes, mas disse que “nenhum brasileiro de bom senso” defenderia os EUA em uma medida que prejudica a economia nacional:
“Não concordo que alguém vá ao exterior, indo contra o Brasil para defender uma taxação, algo prejudicial a muitos brasileiros”, declarou.