O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), afirmou que o Governo do Estado está analisando a possibilidade de ajudar os comerciantes prejudicados pelas obras do BRT (Bus Rapid Transit) em Cuiabá. No entanto, ele destacou que é necessário comprovar os prejuízos antes de qualquer medida. “Não basta dizer que está tendo prejuízo”, afirmou, ressaltando que o Estado tem formas de apurar se, de fato, houve perdas.
Com o atraso nas obras do BRT, comerciantes começaram a pedir apoio à Prefeitura de Cuiabá e ao Estado, incluindo isenções ou reduções de impostos. Em entrevista à Rádio Vila Real FM, o governador afirmou que a situação dos comerciantes da capital não é tão grave quanto a dos da Avenida da FEB, em Várzea Grande, onde as obras já foram concluídas. “Não estamos vivendo a mesma situação porque lá foi um abandono completo. A Avenida da FEB ficou numa condição muito pior do que está hoje a Avenida do CPA”, explicou.
Mauro Mendes também destacou que o Governo vai analisar a possibilidade de assistência, desde que o prejuízo seja comprovado. “Obviamente, se ficar comprovado que houve dano a alguém, acho que o Estado tem sim que analisar isso e vai analisar, mas tem que estar comprovado, e a gente tem como olhar o nível de emissão de nota fiscal”, afirmou.
O governador ainda comentou sobre a possibilidade de rescisão contratual com o consórcio responsável pelas obras do BRT, que têm avançado lentamente. “É um caminho que às vezes pode ser muito dolorido. Entretanto, chegamos ao limite, (…) está uma performance muito abaixo do que deveria. (…) Ou eles pegam no tranco e vão embora, ou realmente o contrato será rompido”, disse. Mauro também enfatizou que, caso o contrato seja rescindido, o Estado tomará as medidas necessárias para evitar uma indenização futura à empresa.
“Seria muito fácil para mim ‘jogar para galera’ e bravejar, falar: ‘Tá tudo rescindido e tal, arranca essa empresa daí, coloca outra’. E aí eles entram na justiça e daqui 5 ou 10 anos o Estado perde uma ação milionária para o consórcio”, alertou o governador.
Mauro Mendes também fez referência a um dos argumentos do consórcio, que alega ter sido prejudicado por atrasos administrativos na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro. “Emanuel Pinheiro, a prefeitura de Cuiabá, atrasou em um ano o início dessa obra aqui na parte de Cuiabá. (…) Ele ficou um ano atrapalhando o início da obra”, afirmou o governador, destacando que esse fator deve ser levado em consideração nas discussões sobre a rescisão do contrato.