Na cidade de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, uma iniciativa simples está promovendo uma verdadeira revolução no processo de ensino-aprendizagem da Escola Estadual Professor Demétrio Costa Pereira. Trata-se do projeto “Horta Escolar e Aulas de Inglês: Uma Experiência de Sucesso no Aprendizado Ativo”, que tem integrado o cultivo de hortaliças ao ensino de idiomas e outras disciplinas, com resultados surpreendentes.
A proposta foi idealizada pela equipe pedagógica da escola, com liderança do diretor Regis Aparecido de Oliveira e apoio das coordenadoras Gisele Faria da Rocha e Marisa Farias dos Santos, além da colaboração dos professores Rosemeyre Pinheiro (Geografia), Urandi Artiaga e Eurico Cabreira dos Santos (Ciências). A horta, antes um espaço comum, se transformou em um verdadeiro laboratório vivo, onde a aprendizagem se dá de forma dinâmica e concreta.
As aulas de inglês, conduzidas pela professora Maria Helena, deixaram a sala de aula convencional e passaram a acontecer ao ar livre, entre os canteiros. Lá, os estudantes aprendem o vocabulário relacionado às plantas, ferramentas e comandos básicos em inglês. Eles criaram etiquetas bilíngues, cartazes informativos e passaram a seguir instruções como “water the plants” (regar as plantas) e “pull the weeds” (arrancar as ervas daninhas), entre outras práticas do dia a dia.
Além do vocabulário, os alunos também passaram a manter diários em inglês, registrando o crescimento das plantas e, com isso, aprimorando a escrita de forma contextualizada. De acordo com a professora Maria Helena, a experiência contribuiu significativamente para o desenvolvimento da oralidade e da escrita, que se tornaram mais naturais e eficazes.
O diretor Regis comemorou os resultados, afirmando que o principal objetivo — tornar o aluno protagonista de sua própria aprendizagem — foi alcançado. Ele destacou o entusiasmo, o trabalho em equipe e a aplicação prática do inglês como pontos fortes da iniciativa. “Percebemos um aumento da confiança dos alunos ao se comunicarem em inglês, além de maior participação e envolvimento com o conteúdo”, destacou.
Segundo as coordenadoras pedagógicas, o impacto do projeto foi além do ensino do idioma. Gisele Faria da Rocha enfatizou que a horta proporcionou um espaço de experimentação real, integrando conteúdos de ciências, biologia e educação ambiental. Já Marisa Farias dos Santos ressaltou que a proposta promoveu, além do aprendizado de vocabulário, o desenvolvimento da autonomia, da cooperação e da consciência crítica dos estudantes.
O projeto se consolidou como um exemplo de aprendizagem ativa e interdisciplinar, tornando o ensino mais envolvente, duradouro e alinhado com os desafios contemporâneos da educação.