Entre janeiro e 15 de setembro de 2024, 30% dos incêndios registrados em Mato Grosso foram concentrados em apenas 10 municípios, com destaque para Cáceres, Peixoto de Azevedo e Tangará da Serra. Segundo dados do Instituto Centro de Vida (ICV) e da plataforma Amazon Dashboard, da Nasa, o total de área queimada no estado chega a 5.794.738 hectares, o equivalente a mais de cinco milhões de campos de futebol.
A destruição se concentra principalmente no Cerrado, que foi o bioma mais afetado, com 51% dos focos de incêndio, seguido pela Amazônia, com 41%, e o Pantanal, com 8%. A situação deste ano é alarmante, com um aumento de 260% nas áreas atingidas pelo fogo em comparação ao mesmo período de 2023. Mato Grosso, que até agosto liderava o ranking nacional de incêndios, agora ocupa o segundo lugar.
As queimadas atingiram tanto áreas florestais quanto regiões desmatadas recentemente. O Parque Estadual Cristalino 2, no extremo norte do estado, foi fortemente impactado, com cerca de 10% de sua área destruída. Além disso, várias terras indígenas sofreram com os incêndios, incluindo a Terra Indígena Sararé, Vale do Guaporé e Areões.
Os municípios que mais registraram áreas queimadas foram: Cáceres, Peixoto de Azevedo, Tangará da Serra, Comodoro, Colniza, Rosário Oeste, Barão de Melgaço, Paranatinga, Santa Terezinha e Campinápolis, com focos concentrados principalmente nas áreas de Cerrado e Amazônia. O cenário ressalta a gravidade das queimadas em Mato Grosso, que continua sendo uma das regiões mais vulneráveis ao fogo no Brasil.