“Que a justiça seja feita. O que fizeram com a minha filha não se faz nem com um animal. Eu quero que os culpados paguem pelo que fizeram com minha filha. A minha neta ficou sem mãe. Ela tinha o sonho de cuidar da Liara, estava fazendo o enxoval, tantos planos que fizemos juntas e acabou”, disse Ana Paula Azevedo, emocionada, durante a sessão na Câmara de Cuiabá.
A jovem Emelly Sena, de 16 anos, estava grávida de nove meses quando foi assassinada. Seu bebê foi retirado à força de seu ventre, e ela morreu devido à perda excessiva de sangue. O crime, cometido por Nataly Helen Martins Pereira, 25, chocou a cidade e mobilizou autoridades e a população.
Ana Paula destacou que nunca imaginou que seria responsável por criar a neta, Liara, no lugar da filha. “Gostaria que vocês me ajudassem a pegar os culpados, que eles fiquem presos. Não tem possibilidade de uma pessoa só ter feito tudo o que fizeram com ela”, afirmou.
A presidente da Câmara, vereadora Paula Calil (PL), expressou seu apoio à família e condenou a brutalidade do crime. “Nunca, na história de Cuiabá, vi um crime tão brutal como esse”, disse. Já a vereadora Samantha Iris (PL) lamentou a limitação do poder municipal em endurecer penas para crimes tão graves.
Rafael Ranalli (PL) protocolou uma moção de pesar pelo assassinato de Emelly e foi enfático: “A mulher que fez isso não merece estar viva. Tem monstros que não merecem viver”. Dilemário Alencar (União) pediu que um ofício seja encaminhado ao governador Mauro Mendes, solicitando que a Segurança Pública investigue e prenda todos os envolvidos no crime. “Essa assassina não agiu sozinha. É humanamente impossível”, afirmou.
O caso
Conforme noticiado anteriormente, Emelly saiu de casa na manhã de quarta-feira (12), no bairro Eldorado, em Várzea Grande, para buscar doações de roupas na casa de um casal em Cuiabá. Horas depois, Nataly Helen apareceu no Hospital Santa Helena com um bebê recém-nascido, alegando que havia dado à luz em casa. Exames médicos comprovaram que ela nunca esteve grávida.
A Polícia Militar foi acionada e, após investigações, encontrou o corpo de Emelly em uma cova rasa no quintal da casa de Nataly, no Jardim Florianópolis. A adolescente estava com as mãos e pés amarrados, sacolas plásticas na cabeça e um corte em formato de “T” no abdômen, onde o bebê foi retirado.
Nataly Helen foi presa em flagrante, enquanto outras três pessoas detidas inicialmente foram liberadas por falta de provas de participação no crime. O caso continua sob investigação, e a família de Emelly segue em busca de justiça.