O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Max Russi (PSB), criticou duramente a decisão da Câmara Municipal de Cuiabá de aprovar uma moção de repúdio contra 13 deputados estaduais que derrubaram o veto do governador Mauro Mendes (União) ao projeto que autoriza a instalação de mercadinhos em unidades prisionais do estado. Russi classificou a medida como “eleitoreira”, alegando que muitos vereadores buscam projeção política para as eleições de 2024.
“Veja quantos vereadores lá vão disputar a Assembleia no próximo ano. O que fez o requerimento [Dilemário Alencar], inclusive, é candidato novamente a deputado. Disputou algumas eleições, não teve oportunidade de ser eleito, não teve oportunidade de estar na Assembleia e vai procurar todos os argumentos e formas possíveis para desmerecer quem está na Assembleia para se promover. Isso faz parte é o respeito da decisão da Câmara”, afirmou Russi nesta quarta-feira (16).
O parlamentar destacou que apenas 14 vereadores apoiaram a moção e ressaltou que alguns colegas “gostam de polêmicas”. Ele ainda ironizou a Câmara de Cuiabá, mencionando que os deputados não perdem tempo discutindo a chamada ‘Casa dos Horrores’.
“Já pensou se começar a discutir a Câmara dos Horrores aqui? Não é a nossa forma, nós queremos poder municipal, a Câmara de Vereadores fortalecida, forte, votando os projetos para Cuiabá, para a população de Cuiabá, cuidando da limpeza da cidade, cuidando dos buracos da cidade. Abrir o hospital infantil para Cuiabá, Cuiabá tanto necessita. É isso que a Câmara tem que cuidar”, disse.
Russi defendeu a decisão da Assembleia, argumentando que a medida visa garantir itens básicos aos presos. “A Assembleia não liberou venda de nada supérfluo dentro do presídio, muito pelo contrário. A Assembleia deu uma autorização que possa se vender o necessário. O que é o necessário? O sabonete, uma pasta de dente, um absorvente para uma mulher. Mas tem gente que acha que não, que a mulher tem que ficar lá sem o absorvente, tem que ficar lá sem escovar os dentes, sem usar o sabonete”, completou.
O presidente da Assembleia afirmou que fiscalizará a implementação dos mercadinhos para evitar abusos. “Nós temos uma Comissão de Segurança na Assembleia, nós temos os deputados que vão fiscalizar, nós vamos estar em cima. Nós não vamos aceitar que facções dominem isso, o governo tem obrigação de fornecer o básico, se não fornecer esse básico, como eu falei pasta de dente, um sabonete, um absorvente para uma mulher, eu quero que tenha ali a condição dessa pessoa adquirir esse produto”, concluiu.
A moção de repúdio foi aprovada na terça-feira (15) pela Câmara de Cuiabá, com críticas à votação secreta dos vetos na Assembleia. A proposta partiu do líder do prefeito Abílio Brunini (PL), Dilemário Alencar (União), conhecido por seu perfil antipetista.