Missão chinesa visita MT para avançar na rastreabilidade ambiental da carne bovina

ALMT Mulheres

Delegação da Global Environmental Institute e GS1 China quer garantir ao consumidor chinês que a carne mato-grossense é livre de desmatamento ilegal

Uma comitiva formada por representantes da ONG chinesa Global Environmental Institute (GEI) e da GS1 China está em Mato Grosso para fortalecer parcerias voltadas à rastreabilidade socioambiental da carne bovina exportada ao mercado chinês. A missão foi recebida nesta terça-feira (15), pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, César Miranda, e participou de reuniões técnicas com o Instituto Mato-grossense da Carne (IMAC).

O objetivo principal da visita é desenvolver, junto ao IMAC, um projeto piloto que comprove ao consumidor chinês que a carne produzida em Mato Grosso respeita as normas ambientais e é livre de desmatamento ilegal. A proposta está alinhada à plataforma Passaporte Verde, desenvolvida pelo instituto, que permite rastrear a origem dos animais desde o nascimento até o abate, com base em dados ambientais e sociais das propriedades.

Desde 2023, um memorando de entendimento já havia sido assinado entre Sedec, IMAC e GEI, marcando o início da cooperação técnica. Agora, com a presença da missão chinesa, a intenção é avançar nas ações práticas de validação do sistema e sua integração ao mercado asiático.

Produção com responsabilidade ambiental
Durante o encontro, o secretário César Miranda destacou o protagonismo de Mato Grosso na produção de alimentos com responsabilidade ambiental. “Somos o maior produtor de grãos e carne bovina do Brasil, com 60% do território preservado. No bioma amazônico, por exemplo, é permitido o uso de apenas 20% da área, sendo os outros 80% obrigatoriamente preservados. Estamos prontos para mostrar ao mundo que é possível produzir e preservar”, afirmou.

Miranda também elogiou o Passaporte Verde e a colaboração internacional. “Com essa parceria, estamos ampliando as possibilidades de exportação e agregando valor à carne mato-grossense com responsabilidade socioambiental. Esse é o novo caminho para quem quer competir globalmente”, pontuou.

Interesse direto da China
O diretor técnico-operacional do IMAC, Bruno de Jesus Andrade, reforçou a importância da parceria para consolidar o protocolo de rastreabilidade. “A comitiva chinesa tem interesse direto em saber de onde vêm os animais que abastecem seu mercado. Vamos usar nossa base de dados para garantir ao consumidor que essa carne foi produzida com respeito às normas ambientais”, explicou.

Segundo o diretor do programa de rastreabilidade da GEI, Peng Ren, o modelo mato-grossense pode ser uma referência internacional. “Queremos mostrar que é possível garantir, com dados confiáveis, que a carne adquirida pelo nosso país vem de propriedades que respeitam o meio ambiente. Isso é fundamental para o futuro do comércio internacional”, afirmou.

Visitas a campo
A agenda da comitiva inclui visitas técnicas a uma fazenda e a um frigorífico com foco na certificação “Desmatamento Ilegal Zero”. A ideia é discutir a criação de uma rota comercial sustentável e definir os dados que devem ser priorizados na rastreabilidade.

Nesta quarta-feira (16), a comitiva visita a Fazenda Passo do Lobo, em Nova Mutum. O grupo vai conhecer as etapas de manejo, criação, preservação ambiental e coleta de dados que sustentam a certificação. Já na quinta-feira (17), será a vez do Frigorífico Frigosul, em Várzea Grande, onde será avaliado o processo de abate e a padronização das informações repassadas ao consumidor final.

Um dos temas em discussão é o uso da tecnologia Digital Link, que permite acessar dados completos do produto via QR Code na embalagem, promovendo transparência e segurança.

01 á 30 - Banner Secundario - Prefeitura de chapa - PI 25200987

Deixe uma resposta