Em uma entrevista reveladora ao ex-jogador Romário, exibida nesta quinta-feira, Neymar abriu o jogo sobre seu relacionamento com Kylian Mbappé e as dificuldades no Paris Saint-Germain (PSG). O atacante brasileiro admitiu que houve problemas com o francês, especialmente após a chegada de Lionel Messi ao clube.
“O Mbappé não é chato. Tenho meus negócios com ele, a gente teve uma briguinha. Foi um menino que no começo foi fundamental. Eu o chamava de Golden Boy. Eu brincava, ajudava, conversava. Ele ia na minha casa. A gente teve bons anos de parceria. Só que depois, quando veio o Messi, acho que ele ficou um pouco enciumado, acho que não queria me dividir com ninguém. Aí começaram as brigas, as mudanças de comportamento”, contou Neymar ao ser questionado por Romário.
Sobre os motivos que impediram o PSG de conquistar grandes títulos, Neymar apontou o ego dos principais astros do time, destacando que, mesmo com um ataque formado por ele, Mbappé e Messi, os egos elevados dificultaram o sucesso coletivo.
“Ego é bom, só que você tem que saber que você não joga sozinho. Tem que ter o outro cara do lado. Ego era de quase todo mundo. Não tem como dar certo. Se ninguém correr e ninguém se ajudar, é impossível ganhar alguma coisa”, declarou Neymar.
Apesar das dificuldades, o jogador ressaltou que viveu seu melhor momento da carreira no PSG, mas com uma ressalva importante: as lesões que atrapalharam seu rendimento.
“Meu auge, meu prime foi no PSG. Jogando do jeito que eu estava no PSG, com certeza eu seria Bola de Ouro. Só que eu tive essas lesões, elas acabaram prejudicando. É óbvio que todo jogador quer ser Bola de Ouro. Mas não é algo que vai acabar com a minha vida”, afirmou Neymar.
Em relação ao início de sua carreira no Barcelona, Neymar revelou as dificuldades de adaptação ao futebol espanhol, mas contou que uma conversa com Messi foi crucial para sua evolução no clube catalão.
“Cheguei lá no Barcelona com 21 para 22 anos, eu tinha acabado de ganhar a Copa das Confederações em cima da Espanha. Eu não me via confiante para jogar ali. Foram seis meses sem conseguir driblar ninguém, fazendo tudo errado. Teve um dia que me deu um desespero total, eu fui para um intervalo do jogo contra o Athletic Bilbao com muita raiva, comecei a chorar. Aí o Messi bate na porta e pergunta por que estou chorando, eu respondi que era nada, ele falou que estava ali para me ajudar e que era para jogar o futebol que eu estava jogando no Santos, sem pressão. Falou que eu podia contar com ele. Depois dali, comecei a entrar com mais confiança, mais animado e as coisas começaram a dar certo.”
Neymar também comentou sua decisão de sair do Barcelona e ir para o PSG, destacando que não foi movido pela busca por prêmios individuais.
“Eu não fui com esse pensamento, para ser sincero. Não saí do Barça com o pensamento de ser o melhor do mundo. Na minha última semana no Barcelona, o Messi me perguntou: ‘Você está indo embora por quê? Você quer ser o melhor do mundo? Eu vou te fazer o melhor do mundo.’ Mas não era isso, eram outras coisas pessoais”, explicou.
Agora no Al-Hilal, Neymar elogiou o técnico Jorge Jesus, com quem tem trabalhado desde sua chegada ao clube saudita, destacando a sinceridade e a abordagem rigorosa do treinador. “Ele é um cara muito sincero. Se você está mal, ele fala para você. Se você está bem, ele fala. Como treinador, ele é muito bom, trabalha a equipe muito bem, chega a ser chato. E é por isso que ele é vencedor. Eu gosto dele, é um cara que me trata superbem”, contou Neymar.
Por fim, o atacante brasileiro falou sobre a possibilidade de retornar ao futebol brasileiro, destacando o carinho tanto pelo Santos quanto pelo Flamengo. “Sempre falei do Flamengo, sempre tive vontade de jogar no Flamengo, por tudo que é o Flamengo. E o Santos é o amor de criança, é a minha casa”, disse Neymar, sem revelar uma escolha entre os dois clubes.