A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta terça-feira (16) a Operação Primatus com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava no município de Aripuanã. A facção, já conhecida no estado, era investigada por crimes como tráfico de drogas, extorsão, homicídios, ameaças, tortura e lavagem de dinheiro. A ação é conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), pela Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e pela Delegacia local.
Durante dois meses de investigações, foi identificada uma estrutura complexa dentro do grupo, com divisões específicas para liderança, aplicação de castigos, extorsão a comerciantes, distribuição de drogas e até o controle de qualidade dos entorpecentes. Um dos braços do esquema focava na extorsão de garimpeiros e compradores de ouro, cobrando ilegalmente 2% sobre o valor das transações comerciais e da venda de áreas de exploração mineral.
Além disso, os criminosos usavam estratégias para angariar apoio comunitário, como a distribuição de cestas básicas financiadas com recursos do tráfico ou compradas sob coerção por aqueles que desagradavam a facção. Foram cumpridos 26 mandados de prisão preventiva – sendo quatro em unidades prisionais de Cuiabá e Colniza –, 26 de busca e apreensão, bloqueios de valores que podem chegar a R$ 1 milhão, apreensão de quatro veículos de luxo e suspensão das atividades de duas empresas suspeitas de lavagem de dinheiro.
A operação mobilizou 80 policiais de várias especialidades e regionais, com o intuito de desmantelar definitivamente a atuação do grupo criminoso na região. De acordo com o delegado Rodrigo Azem, responsável pelas investigações, a maioria dos alvos já possui antecedentes criminais, o que demonstra a periculosidade da organização.