Na manhã desta quinta-feira (27.3), a Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), deflagrou a segunda fase da Operação Spotlight, cumprindo ordens judiciais contra um homem investigado por produção e armazenamento de pornografia infantil. O alvo, morador de Várzea Grande, foi preso em flagrante após a apreensão de arquivos de mídia com conteúdo de abuso sexual infantil. As ordens, expedidas pela Comarca de Várzea Grande, foram executadas com apoio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). Durante as buscas, os policiais encontraram evidências que confirmaram o envolvimento do suspeito no crime, enquadrado no artigo 241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A investigação teve início após a DRCI receber sete denúncias do National Center for Missing & Exploited Children (NCMEC), organização norte-americana que monitora crimes de exploração infantil online. Os relatos foram repassados à polícia brasileira por meio do sistema Rapina, da Polícia Federal. Entre os materiais apreendidos, foi identificado um adolescente de 12 anos, com paralisia cerebral, filho da namorada do investigado. Segundo as apurações, o suspeito aproveitava os momentos em que a mãe cuidava da higiene do menino para produzir as imagens abusivas. O conteúdo teria sido carregado em plataformas como Pinterest, Instagram e Google Photos, indicando ação contínua e planejada.
O delegado Guilherme Fachinelli, titular da DRCI, ressaltou a gravidade do caso: “A segunda fase da Operação Spotlight é mais um esforço da Polícia Civil de Mato Grosso em combater o abuso sexual infantil na internet, especialmente em casos envolvendo vítimas com deficiência, que demandam proteção ainda mais rigorosa do Estado. Não se trata apenas de punir, mas de interromper ciclos de violência silenciosa que se escondem por trás das telas.” O nome da operação é uma referência à investigação do The Boston Globe, que expôs redes de abuso sexual infantil nos EUA. As investigações continuam sob sigilo, com a expectativa de novas diligências e perícias nos materiais apreendidos, que podem revelar mais vítimas ou envolvidos.