Na manhã desta terça-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a Operação Ita Yubá em sete estados brasileiros, resultando na prisão de um empresário de Mato Grosso e no cumprimento de 31 mandados de busca e apreensão. O alvo da ação foi uma organização criminosa especializada na extração ilegal e comercialização de ouro e pedras preciosas, que movimentou cerca de R$ 200 milhões em operações irregulares.
O empresário, considerado um dos líderes do esquema, foi preso em flagrante em Pontes e Lacerda, a 445 km de Cuiabá, após ser encontrado portando duas espingardas sem documentação. Inicialmente, ele era alvo apenas de mandado de busca, mas acabou detido por posse ilegal de armas. As diligências policiais se estenderam por Mato Grosso, Goiás, Pará, Tocantins, Maranhão, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal.
Investigações apontam que o grupo atuava de forma organizada, adquirindo minérios de origem ilegal, transportando-os entre estados e revendendo para empresas do ramo joalheiro. Parte dos recursos obtidos era utilizada para lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. A organização criminosa operava há pelo menos três anos, aproveitando-se da alta demanda por metais preciosos no mercado formal.
A operação contou com a colaboração do Ministério Público Federal e da Receita Federal, que auxiliaram no rastreamento das transações financeiras do grupo. Agentes apreenderam documentos contábeis, computadores e outros materiais que devem ajudar a desvendar toda a extensão da rede criminosa. As autoridades investigam ainda possíveis conexões internacionais do esquema.
Este é considerado um dos maiores golpes contra o comércio ilegal de minérios no país nos últimos anos. A PF estima que a organização era responsável por cerca de 15% do mercado clandestino de ouro na região Centro-Oeste. Os investigados responderão por crimes ambientais, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão fiscal, com penas que podem chegar a 20 anos de prisão.