Polícia Civil desarticula esquema de pirâmide financeira que movimentou milhões de reais

Reprodução: Internet.

A Polícia Civil de Mato Grosso realizou na manhã desta sexta-feira, 12 de setembro, a Operação Rede de Mentiras, com o objetivo de desarticular um grupo acusado de operar uma pirâmide financeira disfarçada de investimentos digitais. O esquema teria movimentado milhões de reais em diversos estados brasileiros.

A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), que cumpriu uma série de ordens judiciais, incluindo um mandado de prisão preventiva, quatro de busca e apreensão e o bloqueio de mais de R$ 1,3 milhão em bens e contas bancárias. As ações também suspenderam registros de empresas e proibiram os envolvidos de exercer qualquer atividade econômica relacionada.

Segundo a Polícia, o grupo era liderado por um homem de 42 anos, identificado pelas iniciais J. R. V. B., e usava empresas como Metaverso Soluções Digitais Ltda., Multiverso Digital Ltda. e Bispo Investments Ltda. para atrair investidores com promessas de lucros fixos mensais de até 7% — algo fora da realidade do mercado financeiro.

As vítimas eram convencidas por meio de vídeos nas redes sociais e transmissões ao vivo no YouTube, especialmente no canal chamado “Treta Trader”. A divulgação trazia uma imagem de credibilidade, mas na prática, o negócio funcionava como uma pirâmide: novos participantes financiavam os lucros dos antigos, sem que houvesse qualquer atividade real de investimento.

A apuração também apontou possíveis crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa e práticas abusivas contra o consumidor. O Ministério Público e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) também atuam na investigação.

Até agora, 27 pessoas já procuraram a Decon relatando prejuízos, mas a polícia acredita que o número de lesados pode ser muito maior. Há relatos de perdas que chegam a centenas de milhares de reais. Em alguns casos, famílias inteiras foram prejudicadas. Algumas vítimas disseram ter sofrido ameaças ao questionar a ausência de retorno financeiro.

Diante da gravidade do caso, a Justiça determinou o sequestro de bens até o valor de R$ 1.354.206,00 e outras medidas para evitar que os envolvidos continuem atuando no mercado.

Como denunciar

Quem acredita ter sido vítima do golpe pode registrar boletim de ocorrência diretamente na Delegacia do Consumidor, localizada na Rua General Otavio Neves, nº 69, no bairro Duque de Caxias, em Cuiabá (próximo ao Shopping Goiabeiras). Também é possível enviar informações pelo e-mail decon@pjc.mt.gov.br.

Denúncias anônimas podem ser feitas pelo telefone 197. Outra opção é registrar o caso pela Delegacia Digital, no site delegaciadigital.pjc.mt.gov.br.

Por que “Rede de Mentiras”?

O nome da operação faz referência ao uso estratégico das redes sociais pelos criminosos para disseminar informações falsas e atrair novos investidores. A teia de promessas irreais formou uma verdadeira “rede” construída sobre mentiras e ilusão de lucro fácil.

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