A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (20), a Operação Rustius para investigar supostos gastos excessivos e uso de caixa 2 na campanha de Alei Fernandes à prefeitura de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá) no ano passado. Segundo as investigações, Fernandes teria liderado um esquema para burlar o limite de gastos eleitorais por meio de empréstimos contratados por terceiros, repassados a contas de candidatos a vereadores, além de pagamentos em espécie para ocultar despesas não declaradas.
De acordo com a apuração, a campanha do então candidato teria ultrapassado o teto de gastos permitido por lei, utilizando métodos ilegais para esconder os valores excedentes – prática conhecida como caixa 2, crime eleitoral que envolve recursos não contabilizados oficialmente.
Esquema de empréstimos e “laranjas”
As investigações apontam que Fernandes usou uma empresa intermediária para contratar um empréstimo acima do valor permitido, distribuindo o dinheiro em pequenas quantias para contas de “laranjas”. Os valores, então, eram repassados como doações de campanha para sua própria candidatura e para aliados vereadores, mascarando a origem ilegal dos recursos.
Além disso, cabos eleitorais não eram registrados como despesas de campanha, mas sim como “prestadores de serviço”, com pagamentos feitos em dinheiro vivo para dificultar o rastreamento.
Riscos jurídicos
Se confirmadas as irregularidades, Alei Fernandes pode responder por abuso de poder econômico e caixa 2, crimes com penas que variam de 2 a 5 anos de reclusão. A PF cumpriu três mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juiz Eleitoral de Garantias do TRE/MT, visando coletar provas adicionais. Até o momento, 17 pessoas já foram indiciadas.
Prefeitura não se manifesta
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Sorriso afirmou: “não poderia se manifestar sobre o assunto, pois se tratava de uma questão pessoal”.
A assessoria orientou que o contato fosse feito com o advogado do prefeito, mas não forneceu nome ou telefone do defensor.