Parentes e aliados políticos de vereadores da base do prefeito Abilio Brunini (PL) foram nomeados para cargos na Prefeitura de Cuiabá, revelando que o atual gestor tem adotado o mesmo “mecanismo” que tanto criticava no passado para garantir sua governabilidade junto à Câmara Municipal.
Os vereadores que tiveram indicações acatadas por Abilio Brunini apoiaram a eleição da vereadora Paula Calil (PL) para a presidência do Legislativo municipal, cargo que ela conquistou com o apoio direto do prefeito.
De acordo com dados públicos do Portal da Transparência da prefeitura, uma das indicações acatadas foi a da servidora Adriana Almeida de Oliveira, esposa do vereador Cezinha Nascimento (União), nomeada no dia 09 de janeiro para o cargo de Coordenadora Técnica de Assistência na Secretaria Municipal de Saúde, com remuneração de R$ 2.962,07 e direito à verba indenizatória de R$ 2.221,55.
O irmão do mesmo vereador, Nelson Francisco Nascimento, também foi contemplado com um cargo na prefeitura. Ele ocupa a função de Assessor Executivo na Secretaria Municipal de Governo desde 08 de janeiro de 2025, com salário de R$ 7.301,85 e verba indenizatória de R$ 5.476,39.
Além disso, o prefeito manteve indicações do vereador Marcrean Santos (MDB). A filha do parlamentar, Nayra dos Santos Silva, está lotada no cargo de Coordenadora de Planejamento e Controle de Benefícios Previdenciários desde 16 de dezembro de 2023, com remuneração de R$ 2.204,33 e verba indenizatória de R$ 1.653,25.
A enteada do vereador Dilemário Alencar (União), Victoria Neves Botta, foi nomeada como Diretora Especial Executiva de Benefícios Previdenciários na Secretaria Municipal de Gestão, com vencimentos de R$ 7.921,73, além de verba indenizatória de R$ 5.941,37. No entanto, a nomeação foi tornada sem efeito em 10 de janeiro de 2025.
Na sessão desta terça-feira (5), Dilemário Alencar, que é líder do prefeito na Câmara Municipal, admitiu que poderia indicar a enteada por ter um “bom currículo”.
Em 2020, Abilio Brunini, ainda vereador, afirmou que o então prefeito Emanuel Pinheiro utilizava a estrutura da prefeitura, especialmente na Saúde, como “cabide de empregos” para garantir apoio político.