O vereador por Cuiabá Daniel Monteiro (Republicanos) avaliou que a presença do prefeito Abilio Brunini nas sessões da Câmara de Vereadores tem sido “excessiva”. No entanto, ele negou que as visitas frequentes tenham o intuito de intimidar parlamentares da base a votar de forma favorável aos projetos encaminhados pelo Executivo municipal.
“Do ponto de vista da presença reiterada do prefeito aqui na casa, eu também acho que tá um pouco em excesso, […], mas eu não vejo assédio moral nenhum. A meu ver, ele não interfere na votação. Na minha ele não interfere. Eu não posso falar por terceiros, a mim ele não intimida”, afirmou Monteiro.
O vereador destacou a necessidade de desvincular a imagem da Casa de Leis de uma possível “subserviência” ao poder Executivo. A Câmara já foi criticada em gestões anteriores, sendo chamada de “puxadinho do Alencastro” durante a administração do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).
“A gente tem que tirar o nome da Câmara e falar nome a nome de vereador, se é que há alguém subserviente, porque senão a gente denigre, pode atrapalhar a imagem do parlamento perante a população cuiabana. Eu também acho que houve um excesso da presença do prefeito das suspensões e exceções aqui na casa”, reforçou Monteiro.
A vereadora Maysa Leão, correligionária de Monteiro, também se manifestou sobre as visitas recorrentes de Brunini ao parlamento. Em sua avaliação, a presença do prefeito pode ser resultado de falhas na organização de agenda e tem causado interrupções que prejudicam a discussão de temas de interesse da população.
“Eu vejo isso como um problema. E eu já falei isso para a presidente Paula, já falei isso para o prefeito. A gente tem a segunda-feira, a gente tem a quarta-feira e a gente tem a sexta-feira para fazermos reuniões dentro da presidência e conversarmos sobre as pautas importantes e urgentes de Cuiabá. A Câmara de Vereadores é uma parceira da prefeitura no quesito levantar Cuiabá”, declarou Maysa nesta quinta-feira (20).
O debate sobre a frequência das visitas do prefeito à Câmara reflete a preocupação dos vereadores em manter a autonomia do Legislativo e garantir que as pautas prioritárias para a cidade sejam discutidas sem interferências.
