O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) revelou que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o bloqueio das contas bancárias de sua esposa, Heloísa Bolsonaro. A medida veio à tona após Heloísa tentar realizar transações financeiras, sem sucesso. A informação foi confirmada pelo próprio parlamentar em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Na segunda-feira (21), Eduardo já havia anunciado que suas próprias contas também haviam sido bloqueadas. Ele disse ter descoberto a restrição ao tentar realizar uma transferência via PIX. Com isso, o deputado está impossibilitado de movimentar recursos financeiros, incluindo seu salário parlamentar.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro deste ano, onde permanece com a família. Ele se licenciou oficialmente do mandato em 18 de março; a licença terminou no último domingo (20).
Investigação e contexto
O bloqueio das contas foi determinado no âmbito de um inquérito conduzido pelo STF, que apura a atuação de Eduardo nos EUA. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o deputado teria viajado ao país com o objetivo de interferir no andamento da ação penal contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado.
Em junho, Eduardo afirmou publicamente ter recebido cerca de R$ 2 milhões enviados por Jair Bolsonaro para se manter nos Estados Unidos. Caso o valor esteja em contas bancárias atualmente sob bloqueio judicial, o montante deverá permanecer retido pelas autoridades brasileiras.
Reação do deputado
Por meio das redes sociais, Eduardo Bolsonaro criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, e afirmou que não irá recuar diante da medida:
“E se ele [Alexandre de Moraes] pensa que isso irá me fazer parar, deixo claro: não me intimidarei e não me calarei. Eu me preparei para este momento. Esta é só mais uma demonstração de abuso de poder e confirma tudo o que tenho denunciado em Washington e para autoridades de todo o mundo”, declarou.
Até o momento, o STF não se pronunciou publicamente sobre o bloqueio das contas de Heloísa Bolsonaro.