Em entrevista concedida nesta terça-feira (12), o vereador reeleito Jeferson Siqueira (PSD) alfinetou o prefeito eleito Abílio Brunini (PL) após ele criticar uma homenagem feita por Siqueira a um homem com envolvimento com o crime, enquanto, posteriormente, nomeou para um cargo de secretário uma pessoa condenada por furto de energia elétrica.
Nos últimos dias, a relação entre Abílio e alguns vereadores de Cuiabá tem se tornado tensa, especialmente após o prefeito eleito sugerir que facções criminosas teriam influência sobre certos parlamentares. Ele também mencionou a homenagem feita por Jeferson Siqueira a um homem supostamente vinculado a uma facção criminosa.
Em entrevista à Rádio Capital, Jeferson explicou que não tinha conhecimento do passado do homenageado e que a decisão de prestar a homenagem foi baseada em uma sugestão da comunidade local. No entanto, ele não poupou críticas ao prefeito eleito, questionando a postura de Abílio em criticá-lo por um gesto, enquanto nomeava para seu governo alguém com um histórico de condenação criminal.
“Qual é a diferença de você homenagear, e isso eu não estava sabendo, alguém que teve envolvimento com o crime, e agora o prefeito Abilio vai e nomeia um secretário que foi condenado por furto de energia? Quem furta energia, furta qualquer coisa, então como é esse parâmetro que ele está utilizando?”, disse Jeferson.
A crítica de Siqueira faz referência à nomeação de Fernando Medeiros, empresário e vice-presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso, para o cargo de secretário municipal de Turismo. Medeiros já foi condenado a pagar R$ 64 mil por furto de energia elétrica, conhecido como “gato”.
O vereador também aproveitou a oportunidade para criticar a postura de Abílio em relação à transição de governo, alegando que o prefeito eleito deveria estar focado na organização de seu secretariado, em vez de se envolver nas discussões sobre a Mesa Diretora da Câmara Municipal.
“Ao invés do prefeito Abilio cuidar da transição, do seu secretariado, ele fez questão de ficar interferindo na Mesa Diretora. Quando ele sugere alguém, quando ele indica alguém, quando ele diz que não quer A, B ou C na Mesa Diretora, é uma interferência e isso não poderia ter acontecido nunca, até porque a bandeira que ele sempre levantou e defendeu entre nós é a de democracia”, se queixou Jeferson.