A cantora transexual Santrosa, de 27 anos, foi encontrada morta no domingo (10) em uma área de mata no município de Sinop, a 503 km de Cuiabá. Santrosa, que era candidata a vereadora nas eleições municipais de 2024 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), obteve 121 votos válidos e atualmente ocupava a posição de suplente.
Na política, ela defendia pautas voltadas ao fomento e ao acesso à cultura para as comunidades periféricas da cidade em que vivia. Além de cantora e suplente de vereadora, Santrosa se apresentava nas redes sociais como CEO de uma produtora de artistas e modelos. A artista também atuou como modelo e, em abril de 2024, participou do concurso Miss Mato Grosso, representando a cidade de Sinop.
Amigos próximos de Santrosa revelaram que ela possuía uma loja de confecção de roupas e que usava a renda de seus eventos e shows gratuitos para a comunidade LGBTQIAPN+ em iniciativas culturais. A vítima também mantinha um canal no YouTube, com 4,1 mil inscritos, onde publicava clipes de suas músicas. “Ela se dedicava muito à carreira dela e era uma pessoa que movimentava muito a cultura em Sinop. Ela empregava muitas pessoas nas produções e coreografias”, afirmaram amigos.
O velório de Santrosa aconteceu durante a madrugada desta segunda-feira (11) e o sepultamento está marcado para as 16h30, em Sinop.
De acordo com a Polícia Civil, o corpo de Santrosa foi encontrado com as mãos e pés amarrados e decapitado. Até o momento, a polícia não divulgou informações sobre suspeitos. Em nota, a Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso informou que acionou o Grupo Estadual de Combates aos Crimes de Homofobia (GECCH) e afirmou que cobrará das autoridades a apuração do caso e a identificação dos responsáveis pela morte.