Vereador homenageia membro de facção condenado por tráfico de drogas

ALMT Mulheres

Pastor Jefferson Siqueira alegou que Gilmar Machado da Costa tem serviços prestados à comunidade do bairro Nova Conquista.

A Câmara Municipal de Cuiabá aprovou, em 27 de fevereiro deste ano, uma moção de aplausos a Gilmar Machado da Costa. A moção foi proposta pelo vereador Pastor Jefferson Siqueira (PSD) e tem como justificativa o fato de o homenageado ser um líder comunitário de um bairro de Cuiabá.

“Moção de Aplauso ao Sr. Gilmar Machado da Costa, Líder Comunitário do Bairro Nova Conquista, pelo trabalho que vem realizando junto aquele bairro, em que não mede esforços para auxiliar, amparar e prestar inúmeros serviços à comunidade, sempre atuando em defesa dos reais interesses da coletividade. Pelo seu trabalho dinâmico, ao Sr. Gilmar Machado da Costa é merecedor do reconhecimento desta Casa Legislativa”, versa trecho da moção concedida pelo vereador Pastor Jefferson Siqueira.

Contudo, o homenageado é um velho conhecido da polícia e da Justiça. “Gilmarzinho”, como é conhecido, é apontado como um dos líderes de facção em bairro da Capital. Em junho de 2021, Gilmarzinho foi condenado pela juíza Renata do Carmo Evaristo, da 9ª Vara Criminal de Cuiabá, a 9 anos de reclusão e 900 dias multa pelo crime de tráfico de drogas.

Ele havia sido preso em 15 de novembro de 2020 após investigação da Agência de Inteligência da Polícia Militar e flagrado recebendo uma carga de entorpecentes nas imediações de sua casa, no bairro Nova Conquista. Na ocasião, o relatório de investigação o classificava como “o dono do bairro”.

“De acordo com os policiais da Inteligência, o denunciado Gilmar faz parte do Comando Vermelho e tem a função de “dono do bairro”, ou seja, é o responsável pela distribuição da droga no bairro Nova Conquista e adjacências, abastecendo as “bocas ou biqueiras” daquela região, possuindo assim o monopólio da venda de drogas na localidade em que comanda, inclusive ele já foi preso anteriormente pela prática do tráfico de drogas e é conhecido por essa atividade criminosa na região”, diz o relatório da polícia.

Após a condenação, a defesa do “líder comunitário” recorreu da condenação nas instâncias superiores. Em junho de 2022, o ministro João Otávio de Noronha reduziu a pena de “Gilmarzinho” para 6 anos, 9 meses e 20 dias de reclusão e 680 dias-multa, mantidos os demais termos da condenação.

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