A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) apresentou nesta quarta-feira (14.5) o material didático “Minha África Brasileira e Povos Indígenas”, voltado para professores e estudantes do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental II da rede pública. A iniciativa, apadrinhada pela primeira-dama Virginia Mendes, cumpre as Leis Federais nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, que determinam o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.
“Quando vi o material, fiquei encantada. Me envolvo com a causa não apenas porque é papel de primeira-dama do Estado, faço porque sou apaixonada por povos originários e as relações étnico-raciais”, declarou Virginia Mendes. Ela ressaltou a importância do conteúdo no letramento racial e no combate ao racismo no ambiente escolar, além de destacar a diversidade étnico-racial como parte essencial da formação cidadã dos estudantes.
O secretário de Educação, Alan Porto, enfatizou o papel do material na promoção da equidade e no enfrentamento ao preconceito. “Estamos entregando um instrumento pedagógico fundamental para o combate ao preconceito, à desinformação e ao apagamento cultural. É material do professor, é material do estudante. Mais uma ação do Governo do Estado que vai de encontro com as necessidades dos nossos estudantes”, afirmou.
Desenvolvido pelo professor e historiador Natanael dos Santos, o material oferece uma abordagem crítica e representativa, valorizando as contribuições históricas, culturais e sociais dos povos africanos, afrodescendentes e indígenas na construção do Brasil. “O nosso objetivo é levar esse material didático para as escolas para que os alunos possam ter o conhecimento real da contribuição desses povos. Costumo dizer que as pessoas são racistas por falta de conhecimento. E aqui, em Mato Grosso, estamos trabalhando com os povos indígenas. Sinto-me honrado em ser convidado para um marco tão importante para o povo mato-grossense”, disse Natanael, integrante do grupo Griô Educacional.
Para Junia Auxiliadora, coordenadora da Escola Estadual Quilombola Tereza Conceição, em Nossa Senhora do Livramento, a cartilha atende a uma demanda urgente. “Mais do que um material didático, essa cartilha é um passo importante para reconstruirmos, com verdade e respeito, a narrativa da nossa história enquanto povo plural. Ter esse material para complementar e consolidar a história afro-indígena é de suma importância”, destacou.
A publicação inclui atividades interativas, textos de apoio, imagens históricas, mapas, glossário e sugestões de projetos, incentivando o protagonismo estudantil e o pensamento crítico. A ação integra a Política Antirracista do EducAção 10 Anos, plano do Governo de Mato Grosso que reúne 30 políticas educacionais para a próxima década.